segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Palestra - Agroecologia em Assentamentos da Baixada Fluminense: territórios e resistências camponesas

No dia 20 de setembro de 2022, Igor Carvalho (professor da Licenciatura em Educação do Campo da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) vai apresentar o trabalho que desenvolveu no Pós-Doutorado, sob a supervisão do professor Paulo Roberto Raposo Alentejano. O tema da palestra será "Agroecologia em Assentamentos da Baixada Fluminense: territórios e resistências camponesas".

A palestra terá duas sessões abertas aos interessados/as. A primeira sessão ocorrerá no período da manhã, das 9h30 às 12h e a segunda sessão ocorrerá no período da noite, das 19h30 às 21h30. As duas sessões serão no Auditório do Bloco C da Faculdade de Formação de Professores de São Gonçalo. 

Não percam! Esperamos vocês!!!

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segunda-feira, 25 de julho de 2022

Inscrições abertas para a IX Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (JURA) da Faculdade de Formação de Professores de São Gonçalo (FFP/UERJ)



        Estão abertas as inscrições para a IX Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (JURA) da Faculdade de Formação de Professores de São Gonçalo (FFP/UERJ).
        O evento ocorrerá nos dias 9, 10 e 11 de agosto de 2022, PRESENCIALMENTE na FFP. O evento contará com um mutirão que será realizado no Sistema Agroflorestal da FFP, uma Mesa de Abertura, duas Mesas Redondas, duas Rodas de Conversa e um Trabalho de Campo para conhecer as Hortas Agroecológicas desenvolvidas pelo MST no Município de Maricá (com refeição fornecida pelo MST ao custo de 10 reais para os inscritos que preencherem as vagas do ônibus). No segundo dia do evento, também será realizada uma Feira Agroecológica, então não esqueça de trazer sua sacola ecológica e garantir sua feira com produtos saudáveis!
        Para qualquer dúvida ou mais informações, entre em contato pelo e-mail juraffp@gmail.com ou por DM do Instagram. Venha participar dessa jornada conosco por uma Reforma Agrária Popular como Projeto para o Brasil!

Endereço para inscrição no evento: https://forms.gle/WxgXqf3bMJ1MgyV27#geoagraria #ffp #uerj #uerjresiste #geografiaagraria #jura #reformaagraria #mst #mab #mpa #reformaagrariapopular #reformaagrariaja #educacaodocampo #evento #agronegocio #agroetoxico #agroétoxico #agroecologia #soberaniaalimentar

Link da postagem no Instagram: https://www.instagram.com/p/CgdBAi1rSQA/

sábado, 23 de julho de 2022

IX Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (JURA) da FFP/UERJ - Dias 9, 10 e 11 de Agosto de 2022


Vem aí a IX Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (JURA) da Faculdade de Formação de Professores de São Gonçalo - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FFP/UERJ).

A JURA é um evento anual organizado pelo MST em parceria com Universidades e Instituições de Ensino Superior por todo o país, com o objetivo de debater a importância da Reforma Agrária Popular e fortalecer a luta pela terra e a relação entre os movimentos sociais e as universidades.

Normalmente é realizada em abril, mês em que ocorreu o Massacre de Eldorado do Carajás, no ano de 1996, e integra as lutas do Abril Vermelho.

Em 2022, o tema da JURA é Reforma Agrária Popular e Projeto para o Brasil e teremos como pauta as seguintes temáticas: fome e miséria no Brasil do agronegócio; a ofensiva do agronegócio contra a educação; as questões ambientais, indígenas e quilombolas e ataques violentos aos movimentos sociais do campo e da cidade.

A JURA da FFP será realizada PRESENCIALMENTE nos dias 09, 10 e 11 de agosto de 2022. Marque essas datas na sua agenda!

Em breve, publicaremos mais informações.

Fiquem de olho no nosso blog e no nosso instagram!

Endereço da postagem no Instagram: https://www.instagram.com/p/CgFROypLGkZ/

 

sexta-feira, 1 de abril de 2022

Contrarreforma agrária, violência e devastação no Brasil

        No dia 28 de março de 2022 saiu a última edição da Revista Trabalho Necessário. Nessa edição, foi publicado o artigo do professor Dr. Paulo Alentejano, intitulado "Contrarreforma agrária, violência e devastação no Brasil".  No artigo, o Prof. Paulo Alentejano aborda as disputas em torno da "reforma agrária" no governo Bolsonaro e as ações dos movimentos sociais em uma conjuntura tão adversa. Para tanto, são apresentados dados e análises que apontam para a conversão da reforma em contrarreforma agrária no Brasil, sem deixar de reconhecer a inovação nas formas de resistência.

Resumo:

        O presente artigo apresenta um balanço da contrarreforma agrária em curso no Brasil na última década e aprofundada no governo Bolsonaro, com métodos violentos de intimidação de povos do campo e movimentos sociais, bem como a proposição de um conjunto de medidas legais que incentivam a grilagem de terras e a devastação ambiental, favorecendo a expansão do agronegócio. Por sua vez, os movimentos sociais inventam novas formas de resistência enquanto aguardam uma virada na conjuntura que permita a recuperação de direitos conquistados a duras penas e que estão sendo destruídos em ritmo acelerado.

Leia o artigo completo através do seguinte endereço: 


A edição completa da revista está disponível no seguinte endereço: 
https://periodicos.uff.br/trabalhonecessario/issue/view/2641



sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Chuvas e Hipocrisia

Controvérsia

 

Nestas horas em que centenas de pessoas morrem ou ficam desabrigadas em função do desabamento de encostas, enchente e transbordamento de rios, proliferam na mídia textos e entrevistas de “especialistas” que buscam apontar as causas ”naturais” e “antrópicas” que explicariam tais “tragédias”. Alguns destes textos e entrevistas são mais sérios, outros mais oportunistas. Uns mais pontuais, outros mais abrangentes.

 

Alguns mais contundentes na crítica aos governantes de plantão, outros mais benevolentes. Mas, poucos vão fundo na análise do conjunto de questões que estão envolvidos nesta complexa problemática.

 

O que nenhum texto, entrevista ou declaração que circulou nestes últimos dias disse é que tudo isto tem a ver com o modelo de desenvolvimento vigente no Brasil desde meados do século XX, baseado na modernização acelerada, seletiva e conservadora do campo e da cidade.

 

E a raiz do problema está na forma acelerada com que se expulsou do campo brasileiro, no último século, mais de 50 milhões de pessoas. A perpetuação do controle das terras pelo latifúndio e a modernização deste estão na origem da expulsão desta enorme massa de trabalhadores rurais, os quais foram precariamente absorvidos pelas grandes cidades brasileiras. A histórica reivindicação da reforma agrária foi não só negada, como substituída por uma política de incentivo ao desenvolvimento de tecnologias poupadoras de mão-de-obra no campo, levando ao aumento da concentração fundiária e ao desemprego e subemprego generalizados no campo e à conseqüente expulsão de grandes contingentes de trabalhadores rurais para as cidades.

 

E para onde foram estes trabalhadores? Para as áreas das grandes cidades que não interessavam ao grande capital imobiliário, por conta dos custos de produção mais elevados: as encostas dos morros e as várzeas dos rios. Não porque inexistam espaços urbanos vazios em melhores condições para a moradia destas pessoas, mas porque estes vazios estão controlados pelo capital imobiliário, aguardando a valorização destas áreas. Da mesma forma, há um sem número de prédios e apartamentos vazios nas nossas grandes cidades, mas estes não podem ser ocupados por estas pessoas, pois o “sagrado direito de propriedade” garante o direito dos proprietários de mantê-los vazios, mesmo que isto signifique empurrar milhares de pessoas para morar em áreas “de risco”.

 

Portanto, o que está raiz das centenas de mortes que se repetem a cada chuva é a propriedade privada!!! Enquanto o direito de propriedade imperar sobre o direito à vida estas tragédias se repetirão. Enquanto a reforma agrária não for feita, permitindo que muitos trabalhadores que foram expulsos do campo tenham o direito de para lá retornar e que outros que ainda lá estão não sejam expulsos, estas tragédias se repetirão. Enquanto a reforma urbana não for feita, colocando à disposição dos trabalhadores os terrenos e as moradias mantidos fechados pelos especuladores urbanos, estas tragédias se repetirão.

 

É certo que a geografia do Rio de Janeiro favorece a ocorrência de deslizamentos de encostas e transbordamento de rios, mas não é certo que os trabalhadores só tenham a possibilidade de morar nestes lugares, nem que devam morrer por causa disso. É certo que também desabaram encostas onde havia mansões, mas só morreram os pobres. É certo que todos na cidade sofreram com as chuvas, mas o grau de sofrimento é incomparável.

 

E agora o que vemos se descortinar é mais um exemplo da hipocrisia das nossas elites, através da multiplicação das declarações de políticos e editorias da grande imprensa defendendo a remoção das populações residentes em áreas “de risco” em nome da “segurança destas próprias pessoas”. Trata-se da retomada de uma das práticas mais autoritárias levadas a cabo na construção do espaço urbano de nossas grandes cidades e que longe de proteger “os pobres” acentuou as nossas mazelas sociais. Ou esquecemos que as favelas removidas do entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas deram lugar a prédios de alto luxo enquanto a população que aí residia foi deslocada para lugares como a Cidade de Deus, repleta de problemas de infra-estrutura e internacionalmente famosa pela violência.

 

Se o propósito é realmente o de proteger os trabalhadores que moram nas “áreas de risco”, então vamos destinar imediatamente para moradia as centenas de prédios – alguns inclusive públicos – que se encontram hoje vazios na cidade e no estado do Rio de Janeiro. Podemos começar pelos da região portuária do Rio, onde há inúmeros prédios e terrenos públicos e privados abandonados…

 

Mas, não, isso não é possível, afinal esta área já está destinada para os megaempreendimentos imobiliários voltados para a modernização da região portuária do Rio, visando a Copa do Mundo e as Olimpíadas…

 

A hipocrisia das elites brasileiras é incomparável… E inconcebível!


Paulo Alentejano – Professor do Departamento de Geografia da FFP/UERJ, integrante da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB).


* Artigo publicado originalmente no site oficial do Laboratório de Climatologia e Análise Ambiental da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) no dia 9 de novembro de 2011, disponível em: https://www2.ufjf.br/labcaa/2011/11/09/chuvas-e-hipocrisia-artigo-de-paulo-alentejano/